“O Jornalismo é talvez a única profissão em que somos testados diariamente, a cada instante. O jornalista tem por obrigação ser inteligente durante pelo menos o seu horário profissional”. Lago Burnett.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

O Jornalista de Revista

Deve seguir os mesmos princípios básicos dos outros veículos. Texto claro, objetivo, fluente, idéias bem amarradas, com seqüência lógica. Vale lembra que escreve melhor, quem lê mais (sobre tudo) e tem melhor visão de mundo, do país, das pessoas que o habitam.
Independente do meio, o jornalista deve ter uma razoável cultura geral, uma visão de mundo livre de preconceitos e um olhar crítico sobre a própria função e a sociedade. Deve duvidar de tudo, principalmente de si mesmo.

A credibilidade de um profissional começa pelo reconhecimento dos próprios erros.

A primeira regra: não escreva para si. Olhe o leitor. Uma boa matéria precisa ter todas as informações checadas, ouvir fontes confiáveis, cruzar dados, entender o que está efetivamente se passando. O fato de não ser especialista no assunto deve ajudá-lo a questionar tudo o que for preciso para escrever bem a matéria.

A especialização tem o perigo do jornalista achar que o mundo todo está ocupado com aquele assunto.

Para escrever bem não há segredo, nem facilidades. A receita, se houver uma, é escrever muito, muito, muito, muito. E ler ainda mais, mais, muito mais, muito mais mesmo. O famoso “texto mais elaborado” não é uma questão de estilo. É apenas resultado de uma boa apuração. Com todas as controvérsias, lembre-se: jornalismo não é literatura.

A boa apuração traz os substantivos e “acaba” com os elogios. Quem bajula demais é porque não conhece sobre o que está falando. As características falam por si. Um homem de 1,90 de altura não precisa ser descrito como alto.

A simplicidade deve ser sempre uma meta. Na hora de apurar, não se contente com o mínimo. Tenha todas as informações em mãos. Elas farão a diferença na hora de escrever o texto. O bom jornalista é aquele que pega a pauta e visualiza a matéria editada. Isso se aprende na prática, olhando criticamente o que se tem em mãos.

Uma boa revista é aquela vendida. Para isso precisa ter uma boa capa. Capa serve para vender a revista. Quando o mesmo assunto está em duas capas de revistas concorrentes, qual você compra? Numa revista, tudo pode virar reportagem. De aborto a cosméticos, seguindo sempre os preceitos do bom jornalismo.

A pauta bem acertada é meio caminho para uma capa de sucesso. No jornalismo diário, é muito mais simples. Numa periodicidade mais elástica, é preciso encontrar novos enfoques e maneiras originais de abordagem. Tom e linguagem devem ser o mais semelhantes possível.

O design da revista é comunicação, informação. Deve tornar a revista mais atraente para ser lida. E só. Nada de piração em nome da arte ou o que valha. É parceiro do texto. Nunca a estrela da edição.

Uma boa diagramação vai além de boas fotos. Elas também devem trazer informação, falar por si. Fica claro que a fotografia nasceu para a revista.

Além de contar informações de qualidade, exclusivas e bem apuradas, o texto de revista precisa de um tempero a mais. Antes de escrever, o jornalista precisa perder o medo de perguntar. Não pode, nem deve se sentir inferiorizado por não dominar um assunto. Jornalista não é quem sabe. Mas quem conhece quem sabe.

Outro segredo do bom texto é o encadeamento de idéias. Para isso é preciso estabelecer um plano de escrita (claro que isso é para matérias longas) e depois encontrar as melhores palavras, frases e escrevê-las e reescrevê-las quantas vezes for necessário até ficar bom.

Cores, cheiros, descrições cabem no texto de revista. Apresentar os personagens, humanizá-los, dar o máximo de detalhes. Escrever bem é difícil, dá trabalho, exige tempo e dedicação.

O jornalismo tecnicamente bem feito tende a ser necessariamente ético. O jornalista precisa preservar sua independência. Lembre-se: ninguém lhe dá presentes porque gosta de você.

Perseguir a precisão, a objetividade e a isenção é tarefa diária. É preciso, no mínimo, buscar o equilíbrio para que a apuração envolva todos os lados da questão. Jornalistas devem defender o direito à informação e o interesse público, que não é o interesse DO público, do governo, dos anunciantes.

Diante de uma fonte que não quer se identificar, é preciso primeiro saber o porquê

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