Independente do meio, o jornalista deve ter uma razoável cultura geral, uma visão de mundo livre de preconceitos e um olhar crítico sobre a própria função e a sociedade. Deve duvidar de tudo, principalmente de si mesmo.
A credibilidade de um profissional começa pelo reconhecimento dos próprios erros.
A primeira regra: não escreva para si. Olhe o leitor. Uma boa matéria precisa ter todas as informações checadas, ouvir fontes confiáveis, cruzar dados, entender o que está efetivamente se passando. O fato de não ser especialista no assunto deve ajudá-lo a questionar tudo o que for preciso para escrever bem a matéria.
A especialização tem o perigo do jornalista achar que o mundo todo está ocupado com aquele assunto.
Para escrever bem não há segredo, nem facilidades. A receita, se houver uma, é escrever muito, muito, muito, muito. E ler ainda mais, mais, muito mais, muito mais mesmo. O famoso “texto mais elaborado” não é uma questão de estilo. É apenas resultado de uma boa apuração. Com todas as controvérsias, lembre-se: jornalismo não é literatura.
A boa apuração traz os substantivos e “acaba” com os elogios. Quem bajula demais é porque não conhece sobre o que está falando. As características falam por si. Um homem de 1,90 de altura não precisa ser descrito como alto.
A simplicidade deve ser sempre uma meta. Na hora de apurar, não se contente com o mínimo. Tenha todas as informações em mãos. Elas farão a diferença na hora de escrever o texto. O bom jornalista é aquele que pega a pauta e visualiza a matéria editada. Isso se aprende na prática, olhando criticamente o que se tem em mãos.
Uma boa revista é aquela vendida. Para isso precisa ter uma boa capa. Capa serve para vender a revista. Quando o mesmo assunto está em duas capas de revistas concorrentes, qual você compra? Numa revista, tudo pode virar reportagem. De aborto a cosméticos, seguindo sempre os preceitos do bom jornalismo.
A pauta bem acertada é meio caminho para uma capa de sucesso. No jornalismo diário, é muito mais simples. Numa periodicidade mais elástica, é preciso encontrar novos enfoques e maneiras originais de abordagem. Tom e linguagem devem ser o mais semelhantes possível.
O design da revista é comunicação, informação. Deve tornar a revista mais atraente para ser lida. E só. Nada de piração em nome da arte ou o que valha. É parceiro do texto. Nunca a estrela da edição.
Uma boa diagramação vai além de boas fotos. Elas também devem trazer informação, falar por si. Fica claro que a fotografia nasceu para a revista.
Além de contar informações de qualidade, exclusivas e bem apuradas, o texto de revista precisa de um tempero a mais. Antes de escrever, o jornalista precisa perder o medo de perguntar. Não pode, nem deve se sentir inferiorizado por não dominar um assunto. Jornalista não é quem sabe. Mas quem conhece quem sabe.
Outro segredo do bom texto é o encadeamento de idéias. Para isso é preciso estabelecer um plano de escrita (claro que isso é para matérias longas) e depois encontrar as melhores palavras, frases e escrevê-las e reescrevê-las quantas vezes for necessário até ficar bom.
Cores, cheiros, descrições cabem no texto de revista. Apresentar os personagens, humanizá-los, dar o máximo de detalhes. Escrever bem é difícil, dá trabalho, exige tempo e dedicação.
O jornalismo tecnicamente bem feito tende a ser necessariamente ético. O jornalista precisa preservar sua independência. Lembre-se: ninguém lhe dá presentes porque gosta de você.
Perseguir a precisão, a objetividade e a isenção é tarefa diária. É preciso, no mínimo, buscar o equilíbrio para que a apuração envolva todos os lados da questão. Jornalistas devem defender o direito à informação e o interesse público, que não é o interesse DO público, do governo, dos anunciantes.
Diante de uma fonte que não quer se identificar, é preciso primeiro saber o porquê
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