“O Jornalismo é talvez a única profissão em que somos testados diariamente, a cada instante. O jornalista tem por obrigação ser inteligente durante pelo menos o seu horário profissional”. Lago Burnett.

domingo, 3 de outubro de 2010

A Produção do Texto na Revista

1. Estilo

O estilo é uma forma pessoal de expressão. Mas não necessariamente individual no sentido de indivíduo.

“O estilo é tudo que individualiza uma obra criada pelo homem, como resultado de um esforço mental, de uma elaboração de espírito, traduzido em imagens, idéias ou formas concretas[...]”.

O estilo pode ser o ângulo em que o jornalista ou o veículo se coloca, levando em conta o leitor ao qual se dirige.

Ter estilo em jornalismo é assumir uma forma peculiar de linguagem.

O estilo está vinculado ao tempo, ao espaço, à interpretação que o autor dá às suas experiências, leituras e a toda sua relação com o que o cerca.

O texto de revista é considerado de maior liberdade, em termos de estilo.

Um mesmo texto pode conter informação, análise, interpretação e ponto de vista.

A linguagem das revistas muitas vezes é definida pelo modo de “angular” a matéria, de redigir o texto e pelo ponto de vista predeterminado.

Nesse sentido, a revista se apropria de técnicas literárias, aproximando-se mais da literatura do que qualquer outro meio jornalístico impresso.
O texto de revista deve passar a informação de um modo sedutor.

Racionalizar e padronizar são formas de tornar criterioso o processo de informação.

As revistas elegem o estilo como caminho para a unidade do texto, elaboração da linguagem e qualificação da notícia.

O texto de uma revista é mais investigativo e interpretativo, menos objetivo e mais criativo. A forma predominante é a narração, que precisa de personagens, ação e ambiente.

A matéria prima da revista é a reportagem.

A reportagem trata de assuntos, e não necessariamente de fatos novos. Seu objetivo é contar uma história verdadeira, expor uma situação ou interpretar fatos. Enquanto a notícia é imediatista, a reportagem preocupa-se em ser atual e mais abrangente.

“A distância entre reportagem e notícia estabelece-se, na prática, a partir da pauta, isto é do projeto do texto”. (Nilson Lage – Estrutura da Notícia)

Para as notícias, as pautas são apenas indicações de fatos programados, da continuação de eventos já ocorridos.

Para as reportagens a pauta deve indicar de que maneira o assunto será abordado.

O que conquista a atenção do leitor para a leitura de uma reportagem são as aberturas.

A revista precisa de uma abertura envolvente. Precisa exercer um poder de atração sobre o leitor.

Exemplos:

UM ESPAÇO PARA ARTE



Artistas fazem de ruas e praças do Rio um palco a céu aberto



Pessoas se aglomeram na rua. Formando um círculo, elas estão atentas, concentradas. É o público que ri, participa e presta atenção a cada detalhe e cada movimento feito pelo artista. Todos os dias as vias públicas do Rio são usadas como local de trabalho e palco para apresentações irreverentes de mágicos, palhaços, músicos, escultores e atores. Artistas de rua têm a capacidade de encantar o público com truques de ilusionismo, malabares, piadas, esculturas, descontração e improviso.


DIREITO À MORADIA



Famílias ocupam prédios abandonados para sobreviver

Apartamento 304. O chão de taco, a cortina de lua e estrelas e pôsteres de Marisa Monte e Chico Buarque compõem a decoração do lugar. A trilha sonora é do antigo aparelho de som, uma música da cantora que aparece pendurada na parede. O cheiro é de café fresquinho, que a dona da casa, preocupada em ser o mais hospitaleira possível, fez para suas visitas: justamente nossa equipe de reportagem.

Nada parece destoar do cotidiano da casa de uma recém-formada em Assistência Social como Andréia Mendes. A única diferença é que o apartamento 304 fica em um antigo edifício do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, o Incra, ocupado pelos sem-teto – como a própria Andréia – desde 2004.


RELÍQUIA PRÉ-HISTÓRICA



Patrimônio fossilífero no Maranhão possui peça única no mundo

Grandes canais de água doce alimentam florestas de coníferas e samambaias gigantes, onde vivem dinossauros, crocodilos, pterossauros e uma variedade de peixes. O santuário rico em alimentos contrasta com o ambiente desértico dos arredores, castigado pelas escassas chuvas e por uma seca prolongada. A arraia espadarte, que habita as águas rasas do mar,entra na água doce do estuário em busca de comida. Dessa vez, o lugar onde sempre se alimentou marca o fim da vida do animal de quase 2 metros de comprimento; seus restos foram soterrados e fossilizados. 95 milhões de anos depois, paleontólogos encontram os fósseis da arraia espadarte, uma espécie até então desconhecida dos cientistas.

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